quinta-feira, setembro 19, 2024
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    Confronto em Buenos Aires! Manifestantes em protestos contra Milei

    Após anúncio de protocolo antipiquetes e ameaças do governo, presidente argentino observa tumulto da sede da polícia nacional

    O primeiro grande protesto contra o governo do novo presidente da Argentina, Javier Milei, resultou em confrontos entre manifestantes e policiais em Buenos Aires nesta quarta-feira (20). As tensões se intensificaram quando os policiais tentaram deslocar os manifestantes para a calçada, desobstruindo uma das vias da cidade. O conflito foi breve, mas um policial acabou ferido.

    A ação policial ocorreu pouco depois de o governo de Milei anunciar um protocolo antipiquetes, ameaçando cortar benefícios sociais de manifestantes que bloqueassem vias e pontes durante os protestos.

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    Os movimentos de esquerda organizaram o protesto contra o “Plano Motoserra”, um conjunto audacioso de medidas econômicas destinadas a conter gastos e melhorar a situação econômica da Argentina. A mobilização também marcou o 22º aniversário de um protesto em 2001 contra o governo do então presidente Fernando de la Rua, que resultou em dezenas de mortes devido à repressão policial.

    No início dos protestos, por volta das 16h, Milei estava na sede da polícia nacional, monitorando a primeira operação antipiquetes. Os oficiais buscavam garantir o fluxo de tráfego enquanto os manifestantes se dirigiam à Praça de Maio, um ponto crucial na capital argentina.

    Em resposta ao protesto, Patricia Bullrich, ministra da Segurança da Argentina, observou à noite que o número de manifestantes na quarta-feira foi menor do que o habitual para os padrões de Buenos Aires. Em um comunicado à nação, ela afirmou: “É evidente que a maioria das pessoas decidiu não comparecer hoje à marcha prevista ou ao fechamento de ruas, porque a média que temos tido em geral neste tipo de piquete é uma média entre 20.000 e 50.000 pessoas.”

    O número exato de manifestantes ainda não foi divulgado pelas autoridades. Bullrich também destacou um número significativo de chamadas para a linha 134, ativada pelo governo de Milei para denúncias de coação a beneficiários de planos sociais para participar de protestos, sob ameaça de cancelamento do benefício.

    Ela informou que mais de 10 mil ligações foram recebidas e que as informações serão tratadas com a devida resposta, aguardando a atuação da Justiça. Antecipando o protesto, as autoridades reforçaram a presença policial em vários pontos de Buenos Aires e nas entradas da cidade, incluindo estações ferroviárias, por onde chegaram manifestantes de cidades próximas. Com a autorização do Ministério da Segurança, os oficiais realizaram revistas em passageiros de transporte coletivo.

    “Eduardo Belliboni, representante do Polo Obrero (PO), um dos principais organizadores da marcha, afirmou à AP: ‘Hoje tivemos uma operação digna de uma guerra e de um estado de sítio na Argentina contra o que é uma manifestação pacífica. Desde a manhã, o governo está aterrorizando a população que, no entanto, está chegando em massa.'”

    O líder do Polo Obrero destacou que os manifestantes não buscavam confronto com as autoridades, mas explicou que o protesto envolveria mobilização nas ruas, seguindo uma prática comum em todo o mundo. Ele questionou: “É onde as pessoas se movimentam em todas as partes do mundo. Onde vamos colocar 50 mil pessoas?”

    Em 14 de dezembro, a ministra de Segurança, Patricia Bullrich, anunciou um novo protocolo antipiquetes que autoriza a intervenção das forças federais diante de bloqueios, parciais ou totais, durante protestos. Entre as medidas, destaca-se a atuação até a liberação de todas as ruas e pontes bloqueadas, a identificação e responsabilização dos bloqueadores, o repasse de custos de operações de segurança para as organizações sociais e a notificação de juízes em caso de danos ambientais.

    Em 18 de dezembro, Sandra Pettovello, ministra de Capital Humano, afirmou que o governo cortará programas sociais de quem bloquear ruas durante manifestações, uma promessa de campanha de Milei. Essas medidas foram criticadas por políticos, sindicatos e organizações humanitárias, que denunciaram a situação perante a ONU e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, alegando que o governo busca criminalizar o direito de protestar, reconhecido na Constituição e em tratados internacionais de direitos humanos.

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