De tráfico de drogas a sequestro: Relembre casos de influenciadores de conteúdo acusados de crimes
A ascensão dos influenciadores digitais trouxe consigo não apenas fama e fortuna, mas também o escrutínio público e, em alguns casos, o confronto com a lei. Desde acusações de tráfico de drogas até casos de sequestro, diversos criadores de conteúdo têm sido envolvidos em situações criminais, lançando sombras sobre suas vidas aparentemente glamorosas nas redes sociais.
Recentemente, os holofotes se voltaram para Claudia Rodrigues e Camila Rodrigues, influenciadoras digitais que foram temporariamente detidas sob a acusação de sequestro e tortura de uma corretora de imóveis em Belo Horizonte. Enquanto a defesa de Claudia nega as acusações, a de Camila permanece em silêncio.
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Este caso se soma a uma série de outros incidentes envolvendo influenciadores que acabaram no radar da justiça. Muitos desses indivíduos, assim como Claudia e Camila, ostentam uma vida de luxo nas redes sociais, criando um contraste intrigante entre a imagem que projetam online e as acusações que enfrentam na vida real.
Vamos revisitar outros casos notórios envolvendo influenciadores digitais acusados de crimes.
<h3class=”custom-heading”>Victor Bonato: Da Fé à Prisão por Crimes Sexuais
O influenciador evangélico Victor de Paula Gonçalves, mais conhecido como Victor Bonato, viu sua trajetória de fé e influência digital ser interrompida por acusações graves. Em Barueri, na Grande São Paulo, ele foi detido por quase 60 dias sob a suspeita de cometer crimes sexuais contra três mulheres.
Foi somente em novembro de 2023 que Bonato deixou a prisão, após decisão judicial que aceitou parte das denúncias, permitindo que ele respondesse pelos crimes sexuais imputados. Conhecido como um dos fundadores do grupo evangélico Movimento Galpão, destinado a jovens de classe média alta e abastados da região de Alphaville, o influenciador se destacava por suas pregações religiosas online e pelos cultos transmitidos pelas redes sociais.
No entanto, a reputação de Bonato foi abalada quando, um dia antes de sua prisão, ele admitiu publicamente nas redes sociais estar arrependido por ter sucumbido ao que descreve como “pecado da imoralidade e iniquidade”. O contraste entre sua imagem pública e as acusações que enfrentava ecoou fortemente entre seus mais de 128 mil seguidores no Instagram, colocando em questão não apenas sua influência religiosa, mas também sua integridade moral.
Lidiane Franco de Morais: Da Influência às Barras
Aos 20 anos, a influenciadora Lidiane Franco de Morais viu sua vida dar uma reviravolta inesperada quando foi presa em abril por tráfico de drogas em Campestre (MG). Com uma audiência de quase 100 mil seguidores nas redes sociais, Lidiane compartilhava seu estilo de vida e dicas de autocuidado, construindo uma imagem de influenciadora digital.
No entanto, sua ascensão nas redes sociais foi interrompida bruscamente quando se viu envolvida em uma situação criminal. Segundo seu advogado, Weverton Ferreira, Lidiane é inocente, pois os entorpecentes apreendidos pertenciam ao seu namorado, que residia na mesma casa.
Ferreira argumenta que Lidiane não tinha conhecimento da presença das drogas em sua residência, já que não morava no local. A defesa busca provar a inocência da jovem diante das acusações de tráfico de drogas, destacando que sua influência nas redes sociais não condizia com o envolvimento em atividades ilícitas.
O Caso de Isa Gomes: Quando a Influência se Torna Crime
Isabela Gomes Pereira, mais conhecida como Isa Gomes, teve sua vida marcada por um episódio trágico que resultou em sua condenação a 30 anos de prisão. Em um caso que chocou a região de Contagem, na Grande Belo Horizonte, Isa foi considerada culpada por encomendar um ataque que resultou na morte de seu ex-namorado, Leandro Rezende Morais.
O crime, ocorrido em 28 de junho de 2022, envolveu a invasão da casa de Leandro por Henrique Francisco Ramos Flores, Sinval Júnio Alves Faria e Vitor Ferreira Gabriel, que o assassinaram por asfixia. Isa Gomes, conhecida por sua atuação como influenciadora, costumava compartilhar conteúdo relacionado a cosméticos e procedimentos estéticos, além de publicar frases motivacionais para seus seguidores.
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Durante o julgamento, Isa negou diretamente a autoria do assassinato de Leandro, mas admitiu ter oferecido uma quantia em dinheiro aos suspeitos para assustá-lo. A influenciadora justificou suas ações alegando ter sido vítima de agressões e extorsão por parte de Leandro durante o relacionamento dos dois.
O caso de Isa Gomes levanta questões sobre os limites da influência nas redes sociais e o impacto das relações pessoais no comportamento humano. Sua história serve como um alerta sobre as consequências graves que podem resultar de atos motivados por vingança e violência, mesmo em um contexto de aparente sucesso e glamour nas redes sociais.
Samara Mapoua: Entre a Influência Digital e o Crime Armado
Samara Mapoua, uma influenciadora digital de 30 anos, se viu envolvida em problemas legais quando foi presa duas vezes, primeiro em março e depois em 29 de abril, por porte ilegal de arma de fogo. Em seus depoimentos à polícia, Mapoua alegou que, devido à sua influência e ao grande número de seguidores, temia por sua segurança pessoal e decidiu adquirir a arma para se defender.
A trajetória de Samara na internet começou em 2010, quando ela ganhou destaque por imitar a personagem Dona Hermínia, do filme “Minha Mãe É uma Peça”, até meados de 2014. Em 2018, ela adotou o nome de Samara como personagem e começou a postar vídeos engraçados em sua conta do Instagram, o que a tornou famosa.
Nos vídeos, Samara frequentemente interage com sua mãe, Adriana Gomes, em diálogos humorísticos. Um tema recorrente é a tentativa da mãe de convencer o filho de que ele não é uma mulher.
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O caso de Samara Mapoua lança luz sobre as complexidades enfrentadas pelos influenciadores digitais, que muitas vezes lidam com problemas de segurança e exposição pública. Ao mesmo tempo, levanta questões sobre as medidas que essas figuras públicas podem ou devem tomar para proteger sua integridade física, especialmente em um contexto onde a fama pode atrair tanto admiradores quanto potenciais ameaças.
Eduarda Marques: A Controvérsia da “Princesa do Pó” e a Influência Digital
Eduarda Marques, uma influenciadora de 20 anos conhecida como “Princesa do Pó” por seus seguidores nas redes sociais, teve sua vida virada de cabeça para baixo quando foi presa em flagrante em 21 de fevereiro, sob suspeita de tráfico de drogas em São José do Rio Preto, interior de São Paulo. Seis dias depois, uma liminar emitida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) a colocou em liberdade, determinando a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares.
No momento da prisão, a Polícia Civil encontrou em seu apartamento 13 pinos de cocaína, uma porção de maconha e R$ 340, além de ter apreendido um adolescente de 16 anos. A decisão do STJ foi baseada na argumentação de que Eduarda não estava sendo investigada e foi detida por acaso durante uma perseguição policial ao adolescente. O relator da liminar, o ministro Rogerio Schietti Cruz, também ordenou que a prisão preventiva fosse substituída por medidas cautelares.
O advogado de defesa, Juan Siqueira, contestou a legalidade da prisão de Eduarda e protocolou um pedido de habeas corpus. Agora, ela enfrentará o processo criminal em liberdade, enquanto seu caso lança luz sobre as complexidades do mundo real enfrentadas por figuras da influência digital e as repercussões das atividades online na vida cotidiana.
Renato Cariani: A Dualidade da Influência Digital e a Acusação de Tráfico de Drogas
Renato Cariani, com mais de 8 milhões de seguidores no Instagram, é reconhecido por compartilhar seu dia a dia e oferecer dicas sobre alimentação e atividade física. No entanto, sua reputação foi abalada quando se tornou réu em um caso de tráfico de drogas, associação ao tráfico e lavagem de dinheiro.
Mensagens descobertas pela Polícia Federal forneceram evidências da suposta participação de Cariani em um esquema de desvio de produtos químicos para o tráfico de drogas. O celular pertencia a uma funcionária e amiga dele, também sob investigação.
O programa “Fantástico” expôs essa operação em dezembro do ano passado. Segundo a denúncia aceita pela Justiça, Cariani e outras pessoas estariam envolvidas na produção, venda e fornecimento de mais de 12 toneladas de produtos químicos destinados à preparação de drogas.
Em sua defesa, o advogado do influenciador apresentou mais de 100 documentos à Justiça, sugerindo que a empresa de Cariani pode ter sido vítima, embora não tenha especificado de quem. Ele também destacou que Cariani nunca negou sua amizade com Fábio, com quem compartilha residência no mesmo condomínio e possui esposas muito próximas.
O caso de Renato Cariani ilustra as complexidades e contradições enfrentadas por figuras da influência digital quando confrontadas com acusações sérias no mundo real, mostrando como a fama nas redes sociais pode ser acompanhada por situações legais complicadas.