Mesmo sem ouro, pugilista soma bronze de Paris à prata de Tóquio
A terça-feira foi histórica para Bia Ferreira e o boxe brasileiro. A pugilista conquistou mais uma medalha nos Jogos Olímpicos, desta vez um bronze em Paris. Apesar da frustração por não ter alcançado o ouro, Bia encerrou sua carreira olímpica como a maior medalhista do Brasil no boxe.
Com 151 vitórias em 160 lutas e 41 pódios em 42 competições, Bia Ferreira é uma referência no esporte. Sua trajetória, que começou em uma garagem em Salvador, a levou ao pódio olímpico duas vezes, eternizando seu legado.
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O “berço” na garagem de Salvador
Bia Ferreira nasceu com o DNA vencedor do pai, Raimundo Oliveira Ferreira, mais conhecido como Sergipe. Ele foi tricampeão baiano e bicampeão brasileiro, além de ter sido sparring do tetracampeão mundial Acelino “Popó” Freitas.
Sergipe treinava jovens na garagem de casa, onde Bia começou a se interessar pelo boxe ainda criança.
A vida no ringue em Minas Gerais
Em 2004, Sergipe mudou-se para Juiz de Fora, Minas Gerais, levando Bia, então com 11 anos. Ele começou a treinar a filha, que rapidamente se destacou em competições nacionais. Bia foi notada pela seleção brasileira, e sua carreira decolou.
Bia sempre valorizou o apoio dos pais, Sergipe e Suzana Pereira Soares, apesar de separados. Ela credita a eles sua formação como atleta e pessoa.
Bia Ferreira: do Brasil para o mundo
Antes dos Jogos de Tóquio, Bia Ferreira já era uma campeã consolidada, com medalhas em torneios internacionais. Ela conquistou ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima e no Campeonato Mundial, ambos em 2019.
Em Tóquio, Bia conquistou a prata, sendo derrotada na final por Kellie Harrington, da Irlanda. Mesmo com a frustração, Bia continuou sua trajetória vitoriosa, ganhando torneios na Polônia, Sérvia, República Tcheca, Alemanha e Bulgária.
Ciclo Paris 2024
Após Tóquio, Bia continuou conquistando títulos, incluindo o bicampeonato mundial e dos Jogos Pan-Americanos. Em 2022, ela assinou contrato para competir profissionalmente e acumulou vitórias, incluindo um título mundial na Federação Internacional de Boxe.
Em Paris 2024, Bia chegou como uma das favoritas ao ouro. Ela venceu Jajaira Gonzalez e Chelsey Heijnen, mas foi derrotada nas semifinais por Kellie Harrington, ficando com o bronze.
Apesar da aposentadoria do boxe olímpico, Bia continuará sua carreira no boxe profissional, onde pretende deixar sua marca.
Bronze em Paris
Bia Ferreira chegou a Paris disposta a “colorir” sua prata de Tóquio com ouro. Dominante nas primeiras lutas, ela foi derrotada por Kellie Harrington nas semifinais e ficou com o bronze. Bia lamentou a ausência na final, mas destacou sua missão no boxe profissional.
— Queria ser campeã olímpica. Saio feliz do boxe olímpico, mas tenho uma missão no boxe profissional que, se Deus quiser, vou completar — afirmou Bia.
Bia Ferreira: Da Garagem à Glória no Boxe Brasileiro
Beatriz Ferreira, conhecida carinhosamente como Bia Ferreira, é um ícone do boxe brasileiro. Nascida em Salvador, Bahia, em 1993, Bia cresceu em um ambiente onde o esporte era uma parte fundamental da vida cotidiana.
Filha de Raimundo Oliveira Ferreira, conhecido como Sergipe, um ex-boxeador e treinador, Bia foi introduzida ao boxe desde muito cedo. Seu pai, que treinava jovens atletas em uma garagem na casa da família, foi sua primeira inspiração e mentor.
A paixão de Bia pelo boxe floresceu aos oito anos, quando começou a treinar de forma mais consistente. Com apenas 11 anos, ela se mudou com seu pai para Juiz de Fora, Minas Gerais, onde Sergipe continuou a treiná-la.
Em uma nova cidade e com desafios maiores, Bia demonstrou um talento excepcional e uma dedicação incansável ao esporte. Treinando muitas vezes com meninos devido à falta de meninas em seu nível, Bia rapidamente se destacou em competições nacionais.
Sua ascensão no boxe foi meteórica. Bia começou a acumular vitórias em torneios nacionais e internacionais, o que a levou a ser notada pela seleção brasileira.
A partir daí, ela passou a competir em eventos de grande prestígio, conquistando títulos e honrarias que consolidaram sua reputação como uma das maiores pugilistas do Brasil.
O ponto de virada na carreira de Bia veio em 2019, quando conquistou a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima e o título mundial na Rússia, ambos na categoria peso-leve (60kg).
Essas vitórias não só a colocaram no mapa global do boxe, mas também solidificaram seu status como uma das principais candidatas ao ouro olímpico.
Nas Olimpíadas de Tóquio 2020, realizadas em 2021 devido à pandemia de COVID-19, Bia fez história ao conquistar a medalha de prata.
Apesar da derrota na final para a irlandesa Kellie Harrington, a prata olímpica foi um feito monumental e um momento de orgulho para o Brasil. Bia dedicou a medalha ao seu pai e treinador, ressaltando a importância de sua orientação e apoio ao longo de sua carreira.
Mesmo após Tóquio, Bia Ferreira continuou a brilhar no cenário internacional. Em 2023, ela se tornou bicampeã mundial ao vencer o campeonato em Nova Délhi, Índia.
Além disso, conquistou novamente a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos em Santiago, Chile, demonstrando sua consistência e excelência no boxe.
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Em paralelo ao seu sucesso no boxe olímpico, Bia Ferreira também iniciou uma carreira no boxe profissional. Em outubro de 2022, ela assinou um contrato para disputar lutas profissionais e fez sua estreia vitoriosa contra Taynna Cardoso.
Desde então, Bia acumulou uma série de vitórias impressionantes, incluindo um título mundial de peso-leve da Federação Internacional de Boxe, conquistado em 2024 ao derrotar a argentina Yanina Lescano.
A trajetória de Bia Ferreira é um testemunho de talento, trabalho duro e resiliência. Com 151 vitórias em 160 lutas disputadas e um legado de medalhas e títulos, ela não só se estabeleceu como a maior medalhista do boxe olímpico brasileiro, mas também como uma inspiração para jovens atletas em todo o mundo.
Apesar de se despedir do boxe olímpico, Bia Fereira continua sua carreira profissional, levando consigo o espírito de determinação e paixão que sempre a caracterizou.