Brasileiro supera recorde em Jogos Paralímpicos, e Beth Gomes quebra marca mundial no peso, levando a prata na classe F53/F54
Claudiney Batista conquistou o tricampeonato no lançamento de disco F56 nas Paralimpíadas 2024, em Paris. O atleta mineiro, de 45 anos, quebrou o seu próprio recorde paralímpico com um lançamento de 46,86m, levando o ouro no Stade de France.
Porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura, Claudiney Batista comemorou a vitória após uma série consistente de tentativas, onde superou a marca anterior de 45,59m, estabelecida nos Jogos de Tóquio.
O indiano Yogesh Kathuniya ficou com a prata, com 42,22m, enquanto o grego Konstantinos Tzounis levou o bronze, com 41,32m. Claudiney, que também detém o recorde mundial (47,37m), compartilhou a emoção da vitória, lembrando do apoio da família e da nação brasileira.
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A história de Claudiney Batista no esporte começou em 2005, após um acidente de moto que resultou na amputação de sua perna esquerda.
Mesmo com essa adversidade, ele se encontrou no atletismo e foi prata no lançamento de dardo em Londres 2012, antes de se consagrar como tricampeão no disco, com títulos no Rio 2016, Tóquio 2020 e agora Paris 2024.
Além das conquistas paralímpicas, ele é tricampeão mundial da prova e acumula várias medalhas em campeonatos internacionais.
Beth Gomes, por sua vez, brilhou no arremesso de peso F53/F54, conquistando a medalha de prata. A paulistana, de 59 anos, quebrou o recorde mundial da classe F53 com um arremesso de 7,82m, mesmo competindo em uma categoria de menor comprometimento físico-motor.
Emocionada, Beth destacou que a prata teve um sabor especial, considerando que a prova não era exatamente de sua classe, e agora volta suas atenções para o lançamento de disco, onde buscará o bicampeonato paralímpico.
As competições continuam intensas, com os brasileiros liderando classificatórias nas provas de 1.500m T11 e 100m T11.
Claudiney Batista dos Santos: A Superação de Um Campeão Paralímpico
Claudiney Batista dos Santos é um exemplo inspirador de superação e resiliência. Nascido em 13 de novembro de 1978, no Brasil, ele construiu uma carreira de sucesso como atleta paralímpico nas categorias de lançamento F57/T57.
Sua história, no entanto, é marcada por um evento trágico que mudou completamente o rumo de sua vida. Em maio de 2005, Claudiney Batista sofreu um grave acidente de trânsito que resultou na amputação de parte de sua perna esquerda.
Essa experiência transformadora poderia ter encerrado seu futuro no esporte, mas ele encontrou uma nova oportunidade através do atletismo paralímpico.
Nos primeiros dois anos após o acidente, Claudiney Batista relutou em aceitar a oferta de organizações paraolímpicas que o convidavam a se envolver no esporte como parte de sua recuperação. Somente em 2007 ele decidiu dar uma chance ao atletismo, e essa decisão mudaria sua vida para sempre.
Em 2011, ele se destacou ao participar dos Jogos Parapan-Americanos, onde competiu no lançamento de dardo e disco, ambos na classe F57/58. Claudiney Batista conquistou a medalha de ouro no dardo e o bronze no disco, mostrando seu talento nas competições internacionais.
A grande virada em sua carreira veio em 2012, quando foi selecionado para representar o Brasil nas Paralimpíadas de Londres. Competindo em três eventos de lançamento na classe F57/58, Claudiney Batista alcançou o quarto lugar no lançamento de disco e o sétimo no arremesso de peso.
Mas foi no lançamento de dardo que ele realmente brilhou, quebrando o recorde mundial com um lançamento de 45,38 metros. No entanto, mesmo com essa conquista, ele terminou com a medalha de prata, perdendo o ouro por apenas 20 pontos para o iraniano Mohammad Khalvandi, da classe F58.
Em 2013, no Campeonato Mundial de Atletismo do IPC em Lyon, França, Claudiney continuou a impressionar. Ele garantiu o bronze no lançamento de disco e a prata no dardo, sendo mais uma vez derrotado por Khalvandi.
Essas conquistas solidificaram sua posição como um dos melhores atletas de sua categoria, demonstrando sua determinação em continuar evoluindo no esporte.
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Mas o grande momento de sua carreira veio nos Jogos Paralímpicos de 2016, realizados no Rio de Janeiro. Competindo em casa, Claudiney Batista dos Santos conquistou a tão sonhada medalha de ouro no lançamento de disco, fazendo história no atletismo paralímpico brasileiro.
Essa vitória representou o auge de anos de dedicação e esforço, provando que ele era um verdadeiro campeão.
Em 2021, após o adiamento dos Jogos Paralímpicos de Tóquio devido à pandemia, Claudiney foi um dos 54 atletas paralímpicos brasileiros autorizados a competir.
Ao lado de outros grandes nomes, como Rayane Soares, Beth Gomes, Jerusa Geber dos Santos e Thiago Paulino, ele continuou representando o Brasil com orgulho, reforçando seu legado no esporte.