Daniel Alves é liberado sob fiança de 1 milhão de euros na Espanha enquanto aguarda decisão sobre recurso
Em uma reviravolta no caso que tem capturado a atenção do mundo, a Justiça da Espanha concedeu liberdade provisória a Daniel Alves, ex-jogador, mediante uma fiança de 1 milhão de euros, aproximadamente R$ 5,4 milhões.
O ex-defensor da Seleção Brasileira e do Barcelona, condenado anteriormente por violência sexual à uma mulher em uma boate de Barcelona, agora aguardará em liberdade a decisão sobre seu recurso.
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Após um julgamento que resultou em sua condenação a quatro anos e meio de prisão, a defesa do atleta recorreu da decisão, solicitando que ele aguardasse em liberdade a análise do recurso.
Decisão da Justiça
Os juízes da Audiência Provincial de Barcelona, após avaliação, aceitaram o pedido da defesa, impondo condições rigorosas para a liberdade provisória de Alves. Além da fiança milionária, Daniel Alves é obrigado a entregar seus passaportes brasileiro e espanhol, proibido de sair da Espanha, deve manter uma distância mínima de 1 quilômetro da vítima, uma jovem de 23 anos, cuja identidade foi protegida durante todo o processo judicial e comparecer semanalmente ao tribunal ou sempre que solicitado.
Repercussão do Caso
Destaca-se a repercussão do caso no debate público, com críticas e apoios sendo expressos por diferentes setores da sociedade, incluindo políticos e celebridades, acerca da justiça penal e sua aplicação em casos envolvendo personalidades públicas.
A decisão de conceder liberdade provisória ao ex-jogador levantou questões sobre a influência da posição econômica e social dos envolvidos nos processos judiciais.
Ajuda Financeira e Patrimônio
Num desdobramento que levanta questionamentos sobre influência e privilégio no sistema judiciário, Daniel Alves, ex-jogador condenado por agressão sexual na Espanha, recorreu à ajuda financeira do pai de Neymar para arcar com a fiança de 1 milhão de euros, mas, um revés burocrático impôs um atraso, mantendo Daniel Alves atrás das grades por mais um dia.
A Justiça de Barcelona havia estabelecido um prazo para o depósito da fiança que, segundo reportagens, não foi cumprido a tempo. A assessoria de Neymar e seu pai, ao ser procurada, optou por não comentar sobre o apoio financeiro fornecido a Daniel Alves.
Este não é o primeiro gesto de auxílio da família de Neymar ao ex-jogador, que já havia recebido 150 mil euros para a indenização da vítima, numa tentativa de atenuar sua sentença inicial.
Essa contribuição foi interpretada pelo tribunal como um gesto de reparação, embora tenha suscitado debates sobre a eficácia da justiça em lidar com figuras de alto perfil e grande poder econômico.
Inés Guardiola, advogada de Daniel Alves, o visitou na prisão de Brians 2, mas ao ser confrontada pela imprensa sobre a origem dos recursos para a fiança milionária de 1 milhão de euros, limitou-se a um lacônico “Eu não sei”.
A ironia da situação é agravada pelo fato de Daniel Alves alegar possuir recursos limitados.
Segundo o jornal espanhol “Marca”, o patrimônio de Daniel Alves é de R$ 298 milhões (55 milhões de euros). Daniel Alves está com as contas bloqueadas no Brasil devido a uma disputa judicial com a ex-esposa, Dinorah Santana. Na Espanha, houve bloqueio de valores desde a acusação de agressão sexual.
Indignação Pública
A decisão judicial de permitir a liberdade provisória de Daniel Alves, embora legal, levanta questões sobre a percepção de desigualdade no tratamento de casos envolvendo personalidades públicas, especialmente quando confrontada com a indignação da advogada da vítima, Ester García.
Sua reação de surpresa e descontentamento com a liberação condicional de Alves reflete um sentimento mais amplo de frustração com um sistema que, aos olhos de muitos, parece favorecer os mais abastados.
A decisão de libertar Daniel Alves sob fiança – com o respaldo financeiro de figuras poderosas – não apenas coloca em xeque a integridade do sistema judiciário, mas também ressalta a urgente necessidade de revisão dos critérios que regem a liberdade provisória, assegurando que a justiça seja equânime, independente do status social ou financeiro dos envolvidos.
Ester García, expressou repúdio à decisão da liberdade provisória, marcando-a como um “escândalo” e um exemplo flagrante de “justiça para os ricos”, além de declarar estar surpresa e indignada.
Enquanto Daniel Alves aguarda a decisão sobre seu recurso em liberdade provisória, a sociedade observa, questionando se a justiça verdadeira será alcançada, ou se a balança penderá a favor dos ricos e poderosos, deixando um rastro de desilusão e desconfiança em seu caminho.