sexta-feira, novembro 8, 2024
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    A Ascensão do Lateral Pedro Lima Indo para o Wolverhampton

    Promessa do Futebol Brasileiro Assina Contrato Milionário com Clube Inglês

    “O céu é o limite.” Esta afirmação, quase um mantra, ganha vida nas palavras de Pedro Lima, jovem criado pela mãe manicure, o avô pescador e a avó empregada doméstica. Nesta segunda-feira, Pedro comemora seu aniversário de 18 anos na Inglaterra como uma das maiores promessas do futebol brasileiro.

    Conhecido pela imprensa europeia como “herdeiro de Cafu”, o lateral-direito revelado pelo Sport é o mais novo reforço do Wolverhampton, clube da Premier League, com o qual assinou um contrato de cinco anos.

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    A trajetória de Pedro Lima é marcada por um crescimento rápido e impressionante.

    Dos primeiros chutes em uma quadra próxima à sua casa em Cabedelo, na Região Metropolitana de João Pessoa, até se tornar a maior venda do futebol nordestino em uma negociação de 10 milhões de euros (R$ 60 milhões), passaram-se apenas dez anos.

    Desde muito jovem, Pedro Lima já chamava atenção em uma escolinha de futsal em Cabedelo. Aos oito anos, começou a treinar no Esporte Clube Meninos da Paraíba, na capital, onde permaneceu até os 15 anos, acumulando medalhas e troféus.

    Hoje, são pelo menos 70 prêmios guardados com carinho na casa dos avós.

    “Vimos ele em uma escolinha entre outros alunos e já demonstrava um grande potencial. Mas teve todo um trabalho árduo para transformar Pedro em um grande atleta. Ele tinha muito talento e evoluiu a cada treino, jogo e competição.”

    “Aquele garoto hoje é um atleta diferenciado entre os profissionais”, conta Rudinelly Diógenes, primeiro técnico de Pedro Lima.

    “Ele sempre foi forte no um contra um e tinha uma excelente condição física. O que precisávamos melhorar era a parte coletiva, mas ele sempre foi o jogador promissor que está se tornando”, completa Paulo Mendonça, técnico de Pedro dos 11 aos 15 anos.

    Antes de embarcar para a Inglaterra, Pedro Lima visitou seus antigos professores e amigos no Meninos da Paraíba. Compartilhou conselhos e sua história com garotos da mesma idade com que chegou ao clube. Uma frase chamou atenção: “Eu levei muitos nãos. Se não fosse aprovado no Sport, iria parar.”

    A história de Pedro é também a história de superação e resiliência. Renato Guimarães, além de ter sido responsável por levá-lo ao Meninos da Paraíba, tornou-se seu maior incentivador e futuro empresário.
    Acreditando no talento de Pedro, Renato começou a levá-lo para testes em grandes clubes brasileiros como Fluminense, São Paulo, Bahia e Flamengo. Apesar dos reveses, foi nesse período que Pedro, inicialmente volante, passou a jogar como lateral.

    “Quando ele não foi aprovado no sub-15 do São Paulo, ficou triste e quis desistir. Então, sugeri que mudasse de posição. No começo ele não queria, mas eu disse que ele tinha habilidade e sabia marcar. Então, começamos a treinar. Foi quando veio a pandemia”, recorda Renato.

    Durante a pandemia, Renato passou a levar Pedro Lima para treinar em uma aldeia indígena em Condé, na Grande João Pessoa.

    “Treinávamos todos os dias na aldeia. Quando as atividades voltaram, ele foi para uma avaliação no Bahia como lateral e foi aprovado, mas a pandemia voltou a interromper tudo novamente”, lembrou Renato, que além de empresário, assumiu o papel de pai para Pedro.

    “Tudo o que passamos foi muito difícil. Mas Deus enviou um anjo na forma do empresário dele, que sempre fez tudo pelo meu filho. Além de empresário, ele é o pai que Pedro não teve. Se dependesse só de mim, não teríamos condições”, conta, emocionada, a mãe Micheline da Silva Cardoso.

    Do Nordeste à Premier League: Pedro Lima e Seus Dois Anos Mágicos

    pedro lima

    Pedro Lima, finalmente, alcançou uma de suas primeiras grandes metas aos 15 anos: ingressar no Sport. Esta conquista foi a primeira de muitas que ele traçou para si e que foram sendo atingidas uma a uma.

    “Quando decidi levá-lo para o Sport, todos me chamaram de louco, dizendo que ele tinha potencial para mais. Eu sempre respondia: ‘quem não é visto, não é lembrado’. Ele precisava jogar para dar um salto mais alto,” recorda Renato Guimarães, seu empresário.

    Em menos de dois anos, Pedro Lima se destacou nas categorias de base do Sport e foi convocado para disputar a Copa do Mundo Sub-17 no ano passado, onde foi titular nos cinco jogos da seleção brasileira. Em um piscar de olhos, passou a ser observado por gigantes do futebol mundial.

    O próximo objetivo de Pedro era subir para o elenco profissional do Sport e se tornar titular. Na atual temporada, sob o comando do técnico argentino Mariano Soso, Pedro fez 26 jogos, marcou dois gols e foi campeão pernambucano. O próximo passo: a Europa.

    Após ser monitorado por observadores de Manchester City e Liverpool, e despertar o interesse do Real Madrid, Pedro teve sua venda encaminhada para o Chelsea.

    No entanto, o Sport acertou a transferência de sua joia para o Wolverhampton por cerca de R$ 60 milhões, a maior transação da história de um clube do Nordeste, superando a antiga marca da venda de Jhoanner Chávez do Bahia para o Lens da França por R$ 25,7 milhões.

    A escolha pelo Wolverhampton foi estratégica. Se contratado pelo BlueCo, grupo que controla o Chelsea, Pedro seria inicialmente emprestado ao Strasbourg para disputar o Campeonato Francês, devido à falta de credenciais para obter a licença para jogar na Premier League. J

    á no Wolverhampton, ele será uma das quatro exceções do clube à regra de pontuação para conseguir o visto de trabalho na Premier League, permitindo que ele dispute um campeonato muito mais observado e valorizado já em seu primeiro ano no futebol europeu.

    Olho no Futuro, Mas Sem Perder as Raízes

    Faz parte da natureza humana fazer planos, especialmente quando se tem apenas 18 anos. Pedro Lima sabe bem os próximos passos que pretende dar: ser titular no Wolverhampton, disputar a Copa do Mundo Sub-20 no próximo ano, no Chile, chegar à seleção brasileira principal e, por fim, ser convocado para a Copa de 2026.

    Quem acompanha o jovem lateral desde a infância não tem dúvidas de que tudo isso se tornará realidade.

    “O que a gente vê e torce é que ele seja o nosso camisa dois na Copa do Mundo. E eu acho que o sonho está mais próximo,” projeta o técnico Paulo Mendonça.

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    “Eu falei para ele: ‘em 2026 você vai estar lá na Copa e a gente vai estar torcendo’, e ele disse ‘eu creio, mamãe, eu creio'”, relata dona Micheline.

    E qual seria o conselho a ser dado ao Pedro Lima do futuro? O próprio Pedro Lima do presente, com 18 anos recém-completados, responde:

    “Que ele nunca perca a sua essência. Que seja sempre humilde, um cara de paz, sem querer guerra com ninguém. Que ele seja feliz jogando futebol e levando esse jeito brasileiro para dentro de campo.”

    Que venha o futuro, então.

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