Rebecca Cheptegei, de 33 anos, foi incendiada na frente de suas filhas e não resistiu aos ferimentos
A maratonista ugandesa Rebecca Cheptegei, de 33 anos, morreu nesta quinta-feira, 5 de setembro, quatro dias após seu ex-namorado invadir sua casa e incendiá-la.
A atleta, que participou da maratona nos Jogos Olímpicos de Paris em agosto, terminando na 44ª posição, não resistiu aos ferimentos graves. Rebecca faleceu por volta das 5h30 locais no Moi Teaching and Referral Hospital (MTRH), na cidade de Eldoret, no Quênia.
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De acordo com o boletim de ocorrência, o suspeito, Dickson Ndiema Marangach, invadiu a propriedade de Rebecca no dia 1º de setembro, mas ela não estava em casa, pois havia ido à igreja com as filhas. Ao retornar, o agressor jogou gasolina em seu corpo e ateou fogo na frente de suas filhas, de 9 e 11 anos.
O ataque ocorreu em Endebess, no Quênia, uma localidade a 25 km da fronteira com Uganda, onde a maratonista vivia com sua irmã e as crianças.
Comove a comunidade do atletismo
A morte de Rebecca Cheptegei chocou a comunidade esportiva. O presidente do Comitê Olímpico de Uganda, Donald Rukare, lamentou profundamente a perda, classificando o ataque como “um ato covarde e sem sentido que provocou a perda de uma grande atleta”.
Além disso, Rukare condenou a violência contra as mulheres, um posicionamento reforçado pela Athletics Kenya, a confederação de atletismo do Quênia, que declarou que “a morte prematura e trágica é uma perda profunda” e pediu o fim da violência de gênero.
Njeri Migwi, cofundadora da associação Usikimye, que oferece abrigo a vítimas de violência sexual e de gênero, também se pronunciou, pedindo pelo “fim dos feminicídios”.
A atleta romena de origem queniana Joan Chelimo expressou seu pesar e indignação, afirmando estar “profundamente abalada” com o ataque brutal. “Essa violência sem sentido deve parar”, declarou em suas redes sociais.
Casos de violência entre atletas nos últimos anos no atletismo queniano tem sido marcado por tragédias envolvendo atletas femininas. Em abril de 2022, a corredora Damaris Mutua foi encontrada morta em Iten, com seu parceiro como principal suspeito.
Já em 2021, Agnes Tirop, medalhista de bronze nos Mundiais de 2017 e 2019, foi assassinada a facadas, e seu marido, Emmanuel Ibrahim Rotich, está sendo julgado pelo crime, embora negue as acusações.
A morte de Rebecca Cheptegei acrescenta mais um capítulo triste a essa lista de tragédias, ressaltando a urgência de combater a violência de gênero em todos os níveis da sociedade.
Rebecca Cheptegei: Uma Vida Marcada Pelo Esporte e Pela Tragédia
Rebecca Cheptegei foi uma atleta excepcional que representou Uganda em várias competições internacionais de corrida, se destacando no cross country, nas corridas de longa distância e nas maratonas.
Nascida em 22 de fevereiro de 1991, na cidade de Bukwo, Uganda, ela começou sua carreira esportiva em 2010, participando do Campeonato Mundial de Cross Country da IAAF, onde terminou em 15º lugar na categoria sub-20.
Ao longo de sua carreira, Rebecca Cheptegei competiu em diversos eventos ao redor do mundo, incluindo o Campeonato Mundial de Corrida em Montanha e Trilhas, o Campeonato Mundial de Atletismo e o Campeonato Africano de Cross Country.
Ela também representou Uganda nos Jogos Olímpicos de Verão de 2024, em Paris, na maratona feminina, onde terminou na 44ª posição. Entre suas conquistas mais notáveis está o título de recordista nacional de Uganda na maratona em uma corrida não mista.
Rebecca Cheptegei era conhecida por sua determinação e dedicação, sendo uma das principais figuras do atletismo em Uganda. Ela também buscou aprimorar seu treinamento, mudando-se para o Quênia, onde adquiriu propriedades para estar mais próxima dos centros de treinamento de elite do país.
Sua carreira, no entanto, foi marcada por altos e baixos, com algumas temporadas em que participou de poucas competições, como em 2016 e 2018.
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Infelizmente, a vida de Rebecca Cheptegei foi tragicamente interrompida em setembro de 2024. No dia 1º de setembro, ela foi atacada em sua residência em Trans-Nzoia County, no Quênia, onde foi incendiada por seu ex-namorado após uma discussão.
Com queimaduras em 80% do corpo, ela foi hospitalizada em estado crítico no Hospital de Referência e Ensino Moi, em Eldoret, Quênia, onde permaneceu até sua morte, ocorrida em 5 de setembro de 2024, aos 33 anos. O agressor também ficou ferido durante o ataque e foi levado para o hospital.
A morte de Cheptegei Cheptegei gerou grande comoção no mundo esportivo, não apenas em Uganda, mas internacionalmente. Ela será lembrada por sua contribuição ao esporte e por seu espírito competitivo, que a levou a se destacar em competições de prestígio ao longo de mais de uma década.