Campanha ilumina Cristo Redentor para combater o avanço dos e-cigarros no Brasil
No último domingo, o Cristo Redentor se vestiu de verde, simbolizando a luta contra os vapes e cigarros eletrônicos. Esta iniciativa, fruto da parceria entre a SBPT e o Santuário Arquidiocesano, visa a conscientização sobre os riscos desses dispositivos para a saúde.
A iluminação especial do Cristo Redentor não é apenas um espetáculo visual; é um chamado urgente à sociedade sobre os perigos dos cigarros eletrônicos. Com um aumento de usuários de 500 mil para 2,2 milhões em quatro anos, o Brasil enfrenta o desafio de combater o acesso facilitado, apesar da proibição de venda desde 2009.
Representantes de diversos setores se uniram nesse ato simbólico, reiterando a importância da saúde pública e a necessidade de manter a proibição desses produtos.
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A presidente da SBPT, Margareth Dalcolmo, e o reitor do Santuário, Padre Omar, destacaram a união entre fé e ciência na proteção da população, especialmente jovens e crianças, que estão entre os mais afetados pela facilidade de acesso e pelo apelo dos e-cigarros.
“A saúde e o bem-estar de nossa população são realidades inegociáveis e não podem ser colocadas em perspectiva. Portanto, nosso sagrado monumento ao Redentor junta-se a esta campanha com a certeza de que tal participação influenciará positivamente a conscientização”, destaca o reitor do Santuário do Cristo Redentor, Padre Omar.
Esta iniciativa está alinhada com a campanha contínua da SBPT contra o projeto de lei 5008/2023, introduzido pela Senadora Soraya Thronicke, que defende a flexibilização das regulamentações sobre vendas de cigarros eletrônicos.
“Hoje, o que temos visto são adolescentes e crianças já completamente viciadas nesses dispositivos para fumar. Países que tomaram esta decisão [de liberá-los para pessoas com mais de 18 anos], como o Reino Unido, com o argumento da redução de danos, isso não está funcionando porque você desiste de um vício para adquirir outros. Outro problema é que menores de idade estão adquirindo isso por contrabando. Então, o sistema de saúde do Reino Unido está revisando essa posição”, diz Dalcomo.
“Permaneceremos firmes em defender as regulamentações atuais, ao mesmo tempo em que instamos os órgãos reguladores a intensificar seus esforços para coibir o tráfico, a publicidade e o fornecimento desses produtos, que são conhecidos por serem tentadores, viciantes e prejudiciais à saúde de nossa juventude. Esta ação reforça nosso compromisso de proteger esta e as futuras gerações”, ele conclui.
Fumar é uma grande ameaça à saúde global, causando mais de 8 milhões de mortes anualmente e ligado a mais de 60 doenças. Apesar das proibições de dispositivos de fumar eletrônicos (EDFs) desde 2009, a supervisão frouxa leva a um amplo acesso, especialmente entre os jovens, alimentando o vício em nicotina e piorando os problemas respiratórios.
Apesar dos esforços para combater o uso do tabaco, especialmente com relatórios alarmantes e evidências científicas, a popularidade dos e-cigarros entre os jovens está em ascensão, contribuindo para o surgimento de novas doenças como o Evali, que pode levar a danos graves nos pulmões e até mesmo à morte.
Assim, a sociedade acredita que regular o uso, comércio e publicidade desses produtos coloca em risco a significativa redução na proporção de fumantes no Brasil, que caiu de 35% para 9% nos últimos 30 anos.