Meteorologistas preocupados com a duração atípica das altas temperaturas e sua relação com as enchentes no Rio Grande do Sul
O mês de maio testemunha um cenário atípico, com cidades brasileiras experimentando temperaturas médias até 8°C acima do esperado. Essa prolongada onda de calor, já na sua quarta edição desde o início do ano, preocupa os especialistas, especialmente devido à sua relação com as inundações no Sul do país. Curitiba e São Paulo lideram a lista das cidades mais quentes neste período.
Enquanto o Rio Grande do Sul enfrenta uma histórica onda de enchentes, o Centro-Sul do Brasil está imerso em um calor intenso. Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) revelam que a primeira semana de maio registrou temperaturas médias até 8°C acima do normal para esta época do ano.
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Essas temperaturas elevadas são resultado da atual onda de calor, que começou em 23 de abril e estava prevista para terminar na primeira semana de maio, mas continua a afetar o país até pelo menos o dia 17. Apesar de uma breve trégua nesta terça e quarta-feira, espera-se que o calor retorne até o final da semana.
Os registros do Inmet destacam as variações nas temperaturas médias em relação aos padrões históricos. Em São Paulo, por exemplo, a temperatura máxima de 32,8°C em 5 de maio representa a mais alta registrada em mais de 70 anos, superando o recorde anterior de 30°C em maio de 1943.
Veja abaixo a lista de cidades divulgada pelo Inmet e suas variações de Calor:
Curitiba (PR): 23,1°C, 8°C acima da média
São Paulo (SP): 25,3°C, 7,1°C acima da média
São Joaquim (SC): 17,2°C, 5,7°C acima da média
Morro da Igreja (SC): 14,8°C, 5,6°C acima da média
Brasília (DF): 22,6°C, 5,4°C acima da média
Rio de Janeiro (RJ): 26,5°C, 4,5°C acima da média
Porto Alegre (SC): 21,4°C, 4,5°C acima da média
Belo Horizonte (MG): 24,4°C, 3,9°C acima da média
Canela (RS): 16,3°C, 2,9°C acima da média
Goiânia (GO): 24,8°C, 2,8°C acima da média
Essa variação impressionante nas temperaturas máximas durante o mês de maio é preocupante, especialmente porque ocorre no outono, quando normalmente as temperaturas começam a cair em preparação para o inverno. O que mais chama a atenção dos especialistas não é apenas a intensidade do calor, mas também sua duração excepcionalmente longa.
Já ultrapassamos duas semanas de altas temperaturas, vivenciando uma sequência de meses extremos.
Giovani Dolif, meteorologista do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), destaca a preocupação com a longa duração da onda de calor, que está além da média esperada. Normalmente, uma onda de calor dura até sete dias, mas esta já se estende por mais de duas semanas, o que é incomum para esta época do ano.
Qual é a relação entre o calor e as chuvas no Sul?
Os meteorologistas explicam que a onda de calor é resultado de um bloqueio atmosférico, que impede o avanço das frentes frias pelo Sul do país, causando tempestades e inundações no Rio Grande do Sul. Enquanto o bloqueio persiste, as frentes frias, comuns nesta época do ano, não conseguem penetrar no mapa do Brasil, mantendo as temperaturas elevadas no Centro-Sul.
Giovani Dolif, do Cemaden, explica que o choque entre a massa de ar quente e o ar frio no Rio Grande do Sul é responsável pela formação das nuvens de tempestade que estão causando as enchentes no estado. Se essa situação persistir, é provável que haja mais chuvas no Rio Grande do Sul, agravando ainda mais a situação das inundações.
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Nesta terça-feira, o nível do rio Guaíba voltou a subir após as chuvas, aumentando a preocupação de que a água avance sobre a capital, Porto Alegre. A cidade já enfrenta pontos de alagamento, mas a situação ainda não está completamente fora de controle.