Relatório revela avanço, mas desnutrição infantil segue em alta
Fome no Brasil apresenta queda significativa, conforme relatório da ONU divulgado nesta quarta-feira (24), mostrando uma redução na insegurança alimentar de 32,8% entre 2020 e 2022 para 18,4% entre 2021 e 2023. Isso representa uma diminuição de quase 44%, com 29,2 milhões de brasileiros saindo da insegurança alimentar.
No entanto, a insegurança alimentar ainda atinge 37,3 milhões de pessoas, sendo que 13,4 milhões enfrentam insegurança grave, onde a fome é uma realidade diária. Este número caiu de 20,1 milhões no período anterior.
O relatório, sobre o Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo (SOFI), é uma publicação conjunta de cinco agências da ONU: FAO, FIDA, UNICEF, OMS e WFP.
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Apesar da melhora geral, a subnutrição caiu de 4,7% para 3,9%, o que significa uma redução de 9,5 milhões para 7,9 milhões de brasileiros subnutridos. No entanto, a desnutrição aguda entre crianças de até 5 anos aumentou, de 6,3 milhões para 6,9 milhões.
O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome foi questionado sobre esses dados e ainda não respondeu.
A Fome no Mundo: Desafios e Perspectivas
A fome no mundo é um dos maiores desafios humanitários da nossa era. Apesar dos avanços tecnológicos e econômicos, milhões de pessoas ainda sofrem com a insegurança alimentar.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 820 milhões de pessoas no mundo estavam subnutridas em 2018. A fome não é apenas uma questão de falta de alimentos, mas também de acesso, distribuição e sustentabilidade dos recursos.
A fome global é causada por uma combinação complexa de fatores. Entre eles estão os conflitos armados, mudanças climáticas, crises econômicas e desigualdades sociais.
Em muitas regiões, especialmente na África Subsaariana e na Ásia Meridional, a guerra e a violência deslocam populações inteiras, interrompem a produção agrícola e destroem infraestruturas essenciais.
Esses conflitos prolongados deixam comunidades inteiras dependentes de ajuda humanitária para sobreviver.
As mudanças climáticas também desempenham um papel crucial na insegurança alimentar. Fenômenos como secas, enchentes e tempestades extremas estão se tornando mais frequentes e severos, afetando diretamente a agricultura.
Pequenos agricultores, que dependem de padrões climáticos estáveis, são os mais vulneráveis. As colheitas fracassadas resultam não apenas em perda de renda, mas também em escassez de alimentos, exacerbando a fome.
A crise econômica global também contribui significativamente para a fome. A pobreza impede que milhões de pessoas adquiram alimentos suficientes para suas necessidades diárias.
Em muitos países, a desigualdade de renda significa que, enquanto alguns desfrutam de abundância, outros não conseguem acessar o básico. O aumento dos preços dos alimentos, muitas vezes impulsionado por especulações e políticas comerciais injustas, agrava ainda mais a situação dos mais pobres.
A pandemia de COVID-19, que começou em 2020, exacerbou ainda mais a crise alimentar global. As medidas de confinamento e restrições de movimento interromperam as cadeias de abastecimento alimentar, fecharam mercados e deixaram muitos sem meios de subsistência.
A pandemia destacou a fragilidade dos sistemas alimentares globais e a necessidade urgente de torná-los mais resilientes.
Combater a fome no mundo exige uma abordagem multifacetada. Em primeiro lugar, é crucial promover a paz e a estabilidade em regiões afetadas por conflitos.
A assistência humanitária deve ser ampliada para fornecer ajuda imediata, mas também é essencial investir em soluções de longo prazo que promovam a agricultura sustentável e a resiliência das comunidades.
A adaptação às mudanças climáticas é igualmente importante. A introdução de práticas agrícolas sustentáveis, como a agroecologia, pode ajudar os agricultores a enfrentar as incertezas climáticas.
Além disso, a melhoria das infraestruturas de irrigação e armazenamento de água pode aumentar a produtividade agrícola em regiões vulneráveis.
A redução da pobreza e da desigualdade econômica também é fundamental. Políticas que promovam a inclusão social e econômica podem garantir que mais pessoas tenham acesso aos recursos necessários para uma alimentação adequada.
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Isso inclui a criação de redes de segurança social, como transferências de renda e programas de alimentação escolar, que podem fazer uma diferença significativa na vida dos mais vulneráveis.
A cooperação internacional é essencial para enfrentar a fome global. Organizações internacionais, governos, ONGs e o setor privado precisam trabalhar juntos para desenvolver e implementar políticas que abordem as causas subjacentes da fome.
A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da ONU, que inclui o objetivo de erradicar a fome até 2030, oferece um quadro para essas ações colaborativas.
A inovação também desempenha um papel vital na solução da fome. Tecnologias como a agricultura de precisão, biotecnologia e sistemas de informação geográfica podem aumentar a eficiência da produção e distribuição de alimentos.
Além disso, iniciativas de economia circular, que minimizam o desperdício de alimentos, podem contribuir significativamente para a segurança alimentar.